sábado, 25 de junho de 2011

Aventura em Angolares

Antes de mais tenho de dizer que algumas das conspirações já foram por água abaixo. Já recebi o meu correio em atraso e a costureira arranjou outra maquina de costura! Só os bichos é que nao me deixam em paz!

Ontem fui com o Manel e o Zé a Angolares que fica no Sul. Acho que devia ser a única pessoa nesta ilha que ainda não conhecia Angolares. É mesmo bonito! A roça foi toda arranjada (e bem arranjada!) e agora funciona para turismo. Tem uma das melhores vistas da ilha.
Como é próprio de S Tomé, Angolares também tem milhares de crianças por todo o lado. O largo então estava cheio delas porque estava a haver um jogo de futebol. Fomos almoçar uma omeleta ao Nelito, que é um restaurante que tem vista para o mar... e que vista... é de ficar o dia todo lá sentada só a ver.
Tirámos milhares de fotografias a tudo e todos e até aprendi uma nova palavra em angolar: musta (mostra). Era aquilo que diziam quando se tirava uma fotografia, logo seguido de " doce, doce" (esta gente vive para pedir graças aos turistas rebuçados que só dão doces e canetas às crianças). Como já deixem de ser portuguesa, já só lhes respondo "naada", que quer dizer que não tenho nada.
Entretanto o nosso regresso fui uma verdadeira aventura. Saímos do restaurante a correr com medo de já termos perdido a última hiace para a cidade, mas mal chegámos ao largo lé estava ela aparentemente à nossa espera. Mas era mesmo só aparentemente porque depois de nos sentarmos lá dentro apareceu o condutor a dizer que nós não podíamos ir porque ele tinha de apanahar 15 sacos. Claro que nós dissemos logo que não havia problema que se fosse preciso nós levávamos os sacos em cima de nós. O senhor lá acabou por nos deixar ir. A meio do caminho ele pára e encosta a hiace. Percebemos que era nessa altura que os sacos iam entrar. Problema: os sacos eram sacos com 50kg de banana. 15 sacos!!! Nenhum de nós queria acreditar.
Toda a gente começou a enfiar os sacos dentro das hiaces (menos eu que fiquei dentro da carrinha que nem uma princesinha). Aquilo parecia uma daquelas coisas do guiness "quantos sacos de bananas e quentas pessoas conseguirá este senhor de Angolares enfiar numa hiace a cair de podre". Acho que ele devia mesmo tentar concorrer ao guiness com isto, ganhava com toda a certeza. Por inacreditável que pareça lá conseguiram enfiar tudo na mala e no último banco. No meu banco que supostamente é feito para levar 3 pessoas (mas cá nunca pode levar MENOS de 4), íamos 6 mais um alguidar gigante com roupa.
Ao fim de 1h30 lá chegámos à cidade sem sentir o corpo de tão apertados que íamos. Eu estava mesmo com as pernas destruidas e era a pessoa que provavelmente ia mais confortavel naquele banco. O zé e o manel iam sentados em cima de uma tábua.

Agora já falta menos de uma semana para voltar. Já está quase. Vai-me custar muito a ir! Mas ao mesmo tempo vai-me saber muito bem ir.

Obrigada pelas mensagens, pelos poucos comentários aqui e ainda pelas chamadas. Fazem mesmo diferença...

Grande beijinho com mil saudades,

Leonor

2 comentários:

  1. Leonor!!!
    Que lindo relato, e que belo blog que aqui tens. Estás aí há tanto tempo e não sabia dele (só soube quando me falaste dele no mail), mas agora vou tentar, devagarinho, ir lendo para trás. O relato da hiace traz-me memórias... Ui, a vida é mesmo bela quando se tem fé que chegue para não ter medo. Os corações livres curtem mais! {:o)

    Grande beijinho, cá te esperamos muito em breve
    Miguel CC

    ResponderEliminar
  2. Micas,
    As histórias são de chorar:))
    Eu consigo imaginar-te dentro daquele carripana a revirar os olhos, toda estrafegada. Ahahah!

    Já tinha ouvido falar dessa roça. Acho que é extrarodináia e a avaliar pela descrição dever mesmo ser um paraíso.

    Agora já estás com pena de vir? :))
    A Mãe morre de saudades.
    Mil e um beijinhos, bem apertados

    ResponderEliminar